Punhos cerrados, a justiça de xangô Pois estes versos aqui, o fascismo não pegou Onde mora mano, a senhora liberdade? Nosso futuro virá rodeado de verdades Eu vejo um futuro me inspirado nos terreiros Os quilombos unidos, cheio de herdeiros Rainhas do passado nos guiando na noite Marielles e Dandaras, nos livram do acoite! (assim!) Quero um futuro sem retintos pisados Sem serem sufocados em supermercados Não temos a sua cor, nossa história não se apagou Mas o resgate será feito de forma indolor Se prepare senhor essa é a nossa vingança Ver pretos no topo assumindo a liderança Mulheres pretas, gays, trans e as crianças Buscando liberdade, em doses de esperança Aguente firme irmãos, essa luta é sua Aguente firme irmãs, não temam a rua! Nossa história não se resume só na senzala Nossa voz, nosso grito, ninguém mais cala Punhos cerrados, a justiça de xangô Pois estes versos aqui, o fascismo não pegou Onde mora mano, a senhora liberdade? Nosso futuro virá rodeado de verdades Sorrir, sim, nós podemos sonhar Sem deixar pra trás a vontade de lutar Qual o preço, da nossa libertação? Balas perdidas, miséria, sistema de opressão A liberdade da mente é a nossa algema Andar com com nossos black é atacar o sistema Serraram as correntes mas não fomos libertado Derrubaram a auto estima e eliminaram o passado Único modo da paz é eliminar as injustiças Pois a desigualde é areia movediça As chibatadas abafaram nossos sentimentos Hoje somos fortes, mas nos falta alento Nosso canto é vida, o silêncio é morte Lutamos cantando e jogando contra a sorte Um canto livre já, ecoa pelo ar E a senhora liberdade já sabe onde morar Punhos cerrados, a justiça de xangô Pois estes versos aqui, o fascismo não pegou Onde mora mano, a senhora liberdade? Nosso futuro virá rodeado de verdades Kolofé olorum Nossos passos vem de longe, de longe Nós formamos um Brasil que não saia no retrato Nos negaram nossa história culta E nos deixaram só com a moldura Vai vendo Reaprendi fazer tela, tinta e pincel E agora, tu é o réu E eu pinto a história que eu quiser O que eu quiser Desde o abstrato, ao um auto retrato Baseado na fé, ganha! Kaô kabecilê Peço ao pai xango, justiça aos meus E força pra lutar Não tem contato, só assino o contrato Enquanto meu povo não quer guerra E só pede paz, paz Onde tu viu defeito, eu vi o efeito Pela causa dos meus ancestrais Ofó!