Ê, mãe, eu recebi a sua carta Mas eu não posso lhe atender Quando a barra clarear Eu mando tudo pra você Quando a barra clarear Eu mando tudo pra você A barra ainda continua bem pesada Tá eu e meu camarada sofrendo sem merecer A gente aqui só come uma vez por dia Credi e cruz ave Maria, desse jeito eu vou morrer Com tanta gente no mundo, pra que diabo eu fui nascer? Ê, mãe, eu recebi a sua carta Mas eu não posso lhe atender Quando a barra clarear Eu mando tudo pra você Quando a barra clarear Eu mando tudo pra você Me arranjaram um emprego muito bom Que era pra vender livro da zona norte ao Leblon Mas meu sapato já se estragou toda sola Se chego cansado em casa, não pego mais na viola Escuto dizer no rádio que o Brasil é bom de bola Ê, mãe, bote isso na caixola É que o Brasil é bom de bola Que o Brasil é bom de bola É que o Brasil É como dizia uma tia minha que nasceu morta Lugar bom de se ganhar dinheiro é São Paulo e Rio de Janeiro Vem pra cá, companheiro Que aí tu vai ver que com quantos homi que se deita uma macaca E, agora me lembrei do finado meu avô caba-forte da mulesta De manhã ele não comia nada Também não tinha De tarde ele repetia a mesma dose E de noite ele não dormia que era pra não dar má digestão É como dizia um cigano que passou certa vez la pelas banda do meu sertão Sertanejo é antes de tudo um forte Ê, mãe, eu recebi a sua carta Mas eu não posso lhe atender Quando a barra clarear Eu mando tudo pra você Quando a barra clarear Eu mando tudo pra você Me arranjaram um emprego muito bom Que era pra vender livro da zona norte ao Leblon Mas meu sapato já se estragou toda sola Se chego cansado em casa, não pego mais na viola Escuto dizer no rádio que o Brasil é bom de bola Ê, mãe, bote isso na caixola É que o Brasil é bom de bola Que o Brasil é bom de bola Bote isso na caixola Bote isso na caixola É que o Brasil é bom de bola Ê, mãe