[Anciã, falando] No dia seguinte, quando o Sol resolveu acordar o céu ainda chorava por aquele amor Vejam só como era grande o sentimento, capaz de fazer no céu um casamento Chuva e Sol, a borboleta e o espanhol Sol e chuva, ele no mar e ela viúva Mas agora leila não estava mais tão só, no ventre ela trazia um presente Um novo batesquião, de sangue rosa e azul A quem ela poderia ensinar que o amor não aceita divisão Ensinar que não há outro jeito, que o nome do progresso é respeito Ensinar que o desastre em segredo se faz ao botar ordem com medo [Cirandeiro, falando] Eles foram embora de porto leste? [Anciã, falando] Sim! Naquela mesma noite ela deixou porto leste e junto com o filho Foi buscar uma nova terra onde eles poderiam viver em paz [Cirandeiro, falando] E encontraram? [Anciã, falando] É claro! Mas essa terra já tinha gente E essa gente era diferente, não souberam respeitar Tiveram que dividir, começaram a guerrear E assim vai sendo assim até que duas pessoas resolvam se amar [Cirandeiro, falando] Outra vez? [Anciã, falando] É a história do mundo A sina de todo herói: Pregar o sonho, querer o bem Morrer de amor todo dia tentando provar que ele não mata ninguém [Cirandeiro, falando] Mas, leila, começou tudo de novo?