Sou soldado da armada, marinheiro, estou de sentinela Esta noite vai ser longa silêncio tão fundo fechado à janela Não sei do dia de amanhã, inquietação da madrugada Vou defender-te com a vida sou soldado da armada Já lá vem a nova aurora mimo leve muita incerteza Oh tão frágil barricada fica entre mim e a força de um canhão Não fora a esperança tão certeira de morar no coração Da que é a porta bandeira, verde e rubra da revolução Combatente potente, de faca afiada Por ela dou tudo ou fico sem nada Na vida ou na morte, é o sim ou o não Minha alma fica enamorada de revolução Minha amada deseja-me sorte Eterna paisagem do meu coração Deixo-te a medalha fechada na mão Que eu vou pr'a batalha Nela verás a história de um amor perdido Lá na barricada, vai mais um bandido No meio da rotunda Numa cova funda Peço o que é devido Enganei o medo e temo não ser temido É um segredo meu que a minha espingarda guarda Aguardo a ordem do homem que me fez gostar da farda Minha alma danada está surda desfeita Susto e receio de um tiro distante De um canhão desconhecido que me tire a vida num instante E eu nunca mais te vejo o meu desejo constante Ver o meu bolo calvário No meu diário está saudade da amada Solitário na caminhada sou soldado da armada E se eu me ficar chora baixinho Tira uma certa noitada Vai junto ao caminho da pedra deitada Vais lá ver um ribeirinho E levaram-te as flores A vida foi curta Sei que ela escuta que eu não esqueço os meus amores Pois eu morri na luta Não fora a esperança tão certeira de morar no coração Da que é a porta bandeira, verde e rubra da revolução