Eras o rapaz do brinco Eras o herói da tarde Driblador cheio de afinco Médio seguro ou trinco Da alegria dessa idade Eras a festa do jogo Com o resultado incerto Entre a água e o fogo Adeus Vítor até logo Que a vitória andou perto Eras o brinco perdido Na parcela do relvado Onde em sonhos tinhas lido As promessas sem sentido De um contrato renovado Eras o ponta de lança Da infância sem ternura O campeão que foi esperança E essa eterna criança Sempre às portas da loucura Foste a sombra do que eras A carreira interrompida Gazela no meio das feras A ruína das quimeras Destroço de um fim de vida Foste esse brinco perdido Em grande tarde de glória E podias ter vencido Mesmo vergado e rendido Pelas traições da memória Foste o brinca jóia rara Desse tempo de conquista A loucura sai tão cara E se a grandeza é tão rara Que viva o Vítor Baptista