Quando ela se mostra Pisa, desliza, dispõe... De uma beleza que cega Ela acerta onde for Quando fundo ela olha Fere, enfeitiça, expõe... Uma certeza que cega Ela acerta quem for... Quando ela se solta mais Mexe, lambuza e se cansa. Ela desperta, tensão, euforia. Desde que não interrompam o ciclo, o sono e o sol da manhã. Ela não julga, não prende, não se cobra nada. Ela sabe meu disfarce, meu desejo, minha fala. Ela roça a língua na boca de outra mulher, Diz que não espera outra resposta, outra prenda. Ela deixa esmola na porta e sai quando quer Mas ela certamente esconde uma palavra aflita, insegura. Que não deixa nunca nunca transparecer. Alguma coisa mal resolvida, mal tratada, algum estrago. Algo que nunca deixará transparecer. Ela rouba meu disfarce, meu segredo, minha fala. Ela exibe o rosto perfeito e ri quando quer. Diz que não se importa não se encaixa e não se queixa Ela esnoba aquela vida, aquela fé... Se ela disser que sim Quem se atreve a dizer não Ela faz que vai, que vem, que não, que sobe as paredes Se ela disser que vai ter sim Eu me abaixo pra ver Ela me deixa olhar pro alto, onde eu me sinto acima do bem.