Escutei uma cordeona do alto de uma coxilha E a Lua espelhava o brilho Na prata das minhas encilha E o Rio Grande por ser grande Andei mais de légua e pico Por ter coceira nas pata Sem um farrancho não fico Peguei o jeito pra campear o que preciso Jogatina, trago e China Me largam de bolso liso Sou fandangueiro E na vaneira eu deslizo Pois sempre assino de espora O chão da bailanta que piso Bombeei pra costa do mato E o rancho véio fervia Um formigueiro de gente Que lá de fora se via E a morena perfumada Com cheiro de primavera Me arrastou pro sarandeio Com negaceios de fera Peguei o jeito pra campear o que preciso Jogatina, trago e China Me largam de bolso liso Sou fandangueiro E na vaneira eu deslizo Pois sempre assino de espora O chão da bailanta que piso Sou taura e venho de longe Farejo onde tem fuzarca Se me grudo na pinguancha Danço tudo quanto é marca Se o gaiteiro é meio manco E acaso fique devendo Num xixo véio de rancho Na cordeona me defendo