O fio, o fia Humildade é a raiz que sustenta a vida Lembrar do terreiro, da vela acesa Da comida simples, na mesa Lembrar do riso, da mão estendida Quem é humilde carrega a guarida Humildade é luz que nunca se apaga Cheiro de café na madrugada Mão calejada ensinando a amar Lágrima mansa que sabe curar Lembro da avó cantando baixinho Reza que guiava o caminho No olhar do velho eu pude encontrar Força serena que sabe ensinar Humildade é flor nascida na roça É chuva caindo na tarde grossa É braço aberto depois do sofrer É voz tranquila dizendo: Você vai vencer Eu já vi rei perder sua coroa E o homem simples ganhar coisa boa Pois quem é pequeno na vaidade É gigante na eternidade Humildade é luz que nunca se apaga Cheiro de café na madrugada Mão calejada ensinando a amar Lágrima mansa que sabe curar Olhar da avó, conselho do pai Risada da infância que nunca se vai Tudo que passa fio fica na alma Humildade é canto que traz a calma Quem abaixa a cabeça pra ouvir Cresce gigante sem se iludir Quem divide o pouco que tem Planta no mundo sementes do bem Humildade é canto que embala a estrada É fogo de lenha na noite estrelada É mão estendida depois da dor É voz serena falando de amor Eu lembro da chuva batendo no telhado De cada conselho que foi me dado Lembro do abraço que me fez chorar E da palavra simples que soube curar Humildade é flor nascida na roça É chuva caindo na tarde que engrossa É braço aberto depois do sofrer É voz tranquila dizendo: Você vai vencer Ser simples é tudo, ser simples é inteiro Ser pequeno é grande, é caminho verdadeiro Humildade é raiz, é raiz do coração Oh fio, oh fio Eu sempre vou te dar minha mão