Em um campo deserto, vi o lírio brotar Vermelho e sombrio, a se destacar Silêncio e lamento no vento a soprar Um adeus no vazio, sem se explicar Lírio vermelho, guardião da partida Teu sangue na terra é a cor da ferida A flor de um luto que o tempo não leva A dor no meu peito, cada vez se eleva Me tornei metade, quando o fim chegou Teus olhos fecharam e o brilho apagou No campo deserto, sozinho restou O último suspiro de quem se calou Lírio vermelho, guardião da partida Teu sangue na terra é a cor da ferida A flor de um luto que o tempo não leva A dor no meu peito, cada vez se eleva E quando o inverno vier te buscar Levará contigo o que não pôde ficar Lírio vermelho, memória de alguém No silêncio eterno, descansarás também