Minhas lágrimas são por este silêncio No léu à morte a espreitar meus olhos No qual os homens dormindo Já não protegem suas próprias casas Silêncio, homens dormindo... E são por quem sinto a dor de ter as crianças A caminhar tristonhas pelo passado E adentrar cansadas pro futuro De ter as crianças, tristonhas, passado, cansadas, futuro... Minhas lágrimas são por não haver Deus A conter a enchente que nos arrasta E por haver um menino-Deus a cada dia assasinado O sangramento em meus olhos em breve, Molhados, secarão... E nunca mais verão os teus Nunca mais secarão... Destronado, o corpo todo Desfeito, desmembrado O anjo da pureza, o anjo perturbado Eu, meu amor Sem teus cuidados Decreto pelo álcool e o cigarro Friento sob o Sol que em nós desaba Inútil a todas as Bíblias Destronado, decomposto, o enforcado Das ruínas, cadáver Imerso sob olhares anti-eróticos Gemendo neste vale De lágrimas...