De manhãzinha O Sol brilha e anuncia É novo dia, o galo já cantou Vamo simbora! Ponteia viola Aqui dentro do peito A saudade apertou Ainda lembro quando tudo era semente Um ventre fértil, natureza em comunhão Quando a cobiça veio de além-mar A mão do negro Fez o solo prosperar! Mas a ganância por terra sem gente Faz muita gente sem terra chorar! Quem planta o mal, espalha ambição Me dá! Me dá, um pedacin de chão! A tarde cai e agradeço mais um dia Com fé, em oração Que nunca falte nosso pão! Em cada gota de suor eu vi Brotar, crescer e semear A esperança está no amanhã E assim será Viver é partilhar E nada em troca esperar! Tem festa na roça, até o amanhecer Divide esse chão, pro nosso povo colher! Tatuapé, me chama que eu vou! Puxa o fole sanfoneiro, no toque do agogô!