A escrevivencia é minha herança A literatura a dança onde a poesia é par Das Geraes ao Rio tem é história Pelos Becos da memória Versos lindos como Ainá A paz se espalha pela madrugada Ponciá surge enluarada Como Cadernos negros no ar Minha mãe posso ler seus Olhos d’água E que aqui não reste mágoas Resistir, lutar, lutar Meninas negras Também já fui menina Veja a vida como ensina Pra gente ensinar A cada revés um tempo de bonança Liberte sua esperança E nunca deixe de sonhar Eu sou a negritude em movimento Navegando contra o vento Nessa imensidão de mar E digo que valeu A insubordinação Grito pro mundo sim Me chamo conceição E digo que valeu Valeu Peço pela negra juventude Que não falte atitude Pra fazer o jogo virar Cada um, cada qual com sua virtude E Oxalá que nos ajude a trazer paz pro nosso lar De onde vim sei que virão bem mais E saber é o que me apraz E conduz o meu caminhar Cada gota de suor, de sofrimento Faz valer cada momento Pra achar o meu lugar Pois somos força, natureza, luz, rebento Como o Sol no firmamento Insistindo em iluminar E digo que valeu A insubordinação Grito pro mundo sim Me chamo Conceição E digo que valeu A insubordinação Grito pro mundo sim Me chamo Conceição E digo que valeu Valeu