Ginga na roda, a nação é verde e rosa Sou cria lá do Morro de Mangueira Sob a Lua de Luanda, na força de Benguela Batida mais forte que desce a favela Preto, toda vez que olhar no espelho lembre dos seus ancestrais Zambi acendeu o Sol na linha do mar Aos olhos de aluvaiá, na encruza do cais Oh preto, ouça este irmão de cor Kavungo acolhe o sangue que a brancura jorrou E lança na flecha de mutalambô Levante, preto! Nas ervas sagradas de catendê Tua pele é força no entardecer Ô indereré réréréré, ô indereré rérérere Kiuá matamba que sopra no fuzuê Firma ponto de kaiango da ladeira pro zungú Brilha do buraco quente a luz de cada muntú Sonhei que zaze fez raiar a noite Ao ressoar os atabaques com perfume de dendê Acordei nos braços dessa batucada Pra ver sorrir a molecada da Estação Primeira do Amanhã Se liga, nego! De cada palmo de chão Floresce a palma da mão A raiz não deixa o samba morrer Eu quero ter cabeça erguida Platinada em ousadia Sou fruto de Benés e Anastácias O choro da cuíca de alegria No baile da mangueira na marquês E macumba e, e macumba a Já pedi Vovó Cambinda pra benzer o meu ganzá E macumba é, e macumba A Vovó Cambinda já benzeu o meu ganzá