Deixa a tristeza pra lá, vem viver Vem sambar com a Imperatriz! E sair por aí pra botar O seu bloco na Sapucaí! Derramem lantejoulas, paetês Entre plumas e, talvez, hibiscos, pedrarias Oh, dúbia magia! O brilho fascinante a revelar O bicho-homem a intrigar! Em cena, vai rasgando a fantasia Outra pele, outro dia, um artista a se requebrar A boca vermelha, a liberdade, o peito nu No coração da América do Sul! Entre Secos and Molhados, serpenteou De bandeja oferecido, desafiou A libido aflora, com seu grito na vitrola, lutou por nós! É água do céu, é bandido, é pecado Predestinado, seu feitiço é sua voz! Ô, Mulheres de Atenas Louco da rosa sem cor Ô, Se o bicho pega, não corre da dor Escorre seu sangue latino, pavão divino, é cantor! Vira, vira, vira homem, vira, vira Vira, vira lobisomem, vira, vira Rasgou a pele, na Avenida é saltimbanco Colorido em verde e branco, lá vai ele a provocar! Camaleão a arrepiar Quem não sabe o que é o amor, Imperatriz! Não sabe viver pra ver o dia nascer feliz! Olha ele chegando, fazendo alvoroço! Pode aplaudir: Ney Matogrosso!