A escuridão chega enfim Penetra nas pálpebras a descansar Mais uma vida que chega ao fim Mais uma alma que o corpo vai deixar Como a chuva que cai no silêncio da noite Onde os pesadelos vão estar Aos gritos e lamentos, sons do açoite Quando os pobres e pequenos vão chorar A tristeza se levanta em oração Pedindo clemência ao ato tão brutal Como um carrasco afiando seu facão Pode-se ouvir o som agudo do metal As sentenças foram todas escritas a mão Assinadas pelo rei que as ordenou Velas negras e água benta em procissão Mais um defunto ao cemitério chegou Cada vez que a pá penetra na terra Faz doer na mente e no coração Cada alma humana que lutou na guerra Agora descansa na eterna solidão Os ritos fúnebres já foram indagados Pelas palavras santas do grande cardeal Coroas de flores e faixas por todos os lados Se inicia a despedida em funeral A cova se abre enquanto a chuva cai Lentamente molha o rosto do ancião Hoje mais um filho enterra o seu pai Hoje mais um espírito cumpriu sua missão O anjo de capuz negro veio assistir O grande ceifador, guia do mundo espiritual Hoje mais um corpo deixa de existir Se inicia a despedida em funeral A boca se cala e os olhos se fecharão Quando o Sol se pôr, as lágrimas vão rolar Vai parecer que as horas não passarão E ao fundo da casa se pode ouvir alguém cavar Ele anda sobre o chão molhado a cantar É mais uma alma que a morte foi levar É mais um cadáver que este coveiro foi enterrar