Eu não fui criado em berço de ouro Desde cedo fui atrás das minhas conquistas Eu sei que é sempre no mais fraco, que dá o estouro Mas não é por isso que vou ser vitmista Eu carrego comigo Um coração de aço Que já foi partido Feito em pedaços Mas que hoje está fechado Dentro de uma armadura No peito trancado Morto de amargura Mas ainda sou otimista Não fujo da luta Nessa guerra idealista Eu sou só um recruta Mais um elmo na cabeça Sem ter o que pensar Antes que anoiteça Eu preciso sonhar Talvez eu não mereça Mas quero ser feliz A névoa é expeça Faz arder o nariz Eu sou oportunista Não tenho medo da dor Meu ego é moralista Mas meu senso é desertor Eu não sou especialista Eu sou aprendiz Meu coração é pacifista Minha alma tem cicatriz Eu não sou capaz de revista Não sou nenhum galã Sou apenas um artista Que talvez nem tenha fã Mas eu sou um anarquista Que gosta de meter o louco Nunca fui egoísta Mas compartilho pouco A rua é o meu alfabeto Foi nela que eu aprendi Que mesmo sendo discreto Ainda vão te perseguir O mundo é capitalista Vive e morre por dinheiro Machista ou feminista Pra mim é tudo encrenqueiro Querem ganhar fama Ir na televisão Hoje quase ninguém ama Quase ninguém tem compaixão É só o meu ponto de vista Não digo que tenho razão Mas a mídia é racista Ela faz discriminação Eu não tenho segredo Ninguém pode duvidar Se um dia tive medo Me ensinaram a rezar Em Jesus Cristo eu encontrei O que eu fui procurar Pois somente pode ser rei Quem aprendeu se sacrificar Eu não sou coadjuvante Eu sou protagonista Apenas mais um andante Na avenida paulista Sobre o cimento no chão Eu ralo o meu pé Mas sem deixar minha oração Sem nunca perder a fé Caí na trama de golpista O mundo me ensinou Eu sou só um naturalista Que um dia também sonhou Com um mundo diferente Sem lei e sem decreto Mas no meio dessa gente Vive o ódio indireto Eu só peço que resista O nosso sonho secreto Eu sou um poeta analista E minha raíz é de concreto Preso ao mundo onde estou Eu tenho consciência Quem um dia me derrubou Hoje bate continência