Camaleão vira, vira, vira homem Ao luar da avenida Vira, vira, lobisomem Pro dia nascer feliz Ney Matogrosso vira Imperatriz Você é o meu carnaval A cara pintada A face humana diversa e plural O corpo que troca de pele Se despe e se torna animal Camaleônico jeito de ser De pensar, de viver o doce e o amargo Os secos e molhados A arte e o prazer Voz feminina em lábios de carmim Nas cabeças sobre a mesa Brilha menino em olhos de nanquim Ri da farsa da falsa pureza Canta pra libertar mentes e corações Dança para rasgar mordaças e tradições Requebra pra quebrar a tal censura Grito não silenciado da contracultura Anjo enfeitiçado Dizem marginal salteador das paixões em desvario Cigano achando pérolas em todos os cantos Do bailar dos pirilampos, ao sangue latino A flor que irradia virou poesia Bota seu bloco na rua Rasgado e suado a todo vapor Porque não existe pecado do lado de baixo do Equador