Lua que não muda Não muda maré Você não se iluda Formiga miúda Não morde o meu pé Êta, samba feito Pra dizer verdade Quem tiver vontade Basta abrir o peito Mas quem tem defeito Que se cale agora Ou que dê um jeito De ficar de fora Por quê? Se a dor da queixa Fica sem resposta A roda fecha Mal a gente encosta E quando abre deixa A ferida exposta Êta, samba rude Pra cantar na praça Entre uma atitude E outra cachaça Quem tiver virtude Que puxe o refrão Antes que ele mude De opinião Por quê? A mão que afaga Não afoga o trauma E só se apaga Uma dor da alma Quando o samba esmaga Palma contra palma