O bugio nasceu na serra C'oa bênção de São Martinho, Estampa de cantador, Aprendeu dançar sozinho. Surgiu assim, pacholento, Numa imponência de taita. Se apresentou nos fandangos No ronco de alguma gaita. Canta, canta, minha gente Que este galo é bom de crista! Faz buracos no terreno Neste bugio nativista. Este canto é brasileiro, Gaúcho por primazia... Quando se toca um bugio Não fica sala vazia! O bugio desceu da serra Para o corpo dos galpões, Rumbeando ao fole da gaita, Repontando as tradições. Em soluços nativistas Chora, canta e apaixona, invadindo os corações No som que sai das cordeonas. O bugio nasceu nos ranchos, Irmanando em convivências, Germinando sons nativos Se espalhou pelas querências. Andou no lombo dos pingos, De carreta e aeroplano, Cruzando sangas e rios Já chegou ao oceano.