Bois de sabugo e rodas de corticeira Prontos na espera que acabasse a marmelada Carreta nova e canzil de pitangueira E o que era doce, virou sonho pela estrada Ajoujo firme, tamoeiro bem trançado Regera grossa de barbante catalã E o piazito carreteiro do passado Hoje envelhece, amargando o amanhã (Êra pitanga, boi do coice, colorado) (Êra malhado, boi da ponta, olha a frente) (E o prego da picana bem afiado) (Despertava a utopia inocente) Passava tardes e manhãs brincando a esmo Pelo terreiro, carreteando a própria infância Enquanto o tempo lhe cobrava de si mesmo A vida boa, que levava na estância Hoje o progresso confiscou sua carreta E o seu mundo imaginário de emoções Do seu brinquedo só restou velha caixeta Atirada, no museu das ilusões