Essas muié passa a semana inteira só pensando no Xiko Umas corta o cabelo, outras a sobrancelha no risco Tem até as que raspa a verilha até no umbigo Tudo pra ficar no jeito pro Xiko, galã da charrete e do gingado antigo Esse cabra é bom de prosa, sabe domar um coração Sopra poesia na orelha da moça, suave feito algodão Ele chega mansinho, sem pressa, sem alvoroço E quando vê já tem um batalhão de munhé querendo seu bigode grosso Ele tem molejo, tem pegada, tem catira no pé Quando pisa o chão treme forte, parece trovão da fé Mas se tem uma coisa que ninguém perdoa não É a meia dele, coisa feia, cheirando a queijo parmezão No baile da roça é só abrir a porteira Que Xiko chega brilhando, levantando a poeira As moças grita: Aí vem o encantado o galã do povão E o Xiko responde: Calma minha flor, Xiko cabe em quarquér coração Ele dança, ele encanta, ele faz o povo sorrir O galã da charrete que as moças vive a perseguir E quando ele gira, rodopia e dá aquele pisão Até a meia fede mais forte, e domina a situação Ele chega mansinho, sem pressa, sem alvoroço E quando vê já tem um batalhão de munhé querendo seu bigode grosso Essas muié passa a semana inteira só pensando no Xiko Umas corta o cabelo, outras a sobrancelha no risco Tem até as que raspa a verilha até no umbigo Tudo pra ficar no ponto pro Xiko, galã da charrete e do gingado antigo Ele não envelhece é o galã da charrete Esse xiko é bom de prosa sabe domar um coração Sabe dar uma resposta com exatidão Sopra poesia na orelha da moça, suave feito algodão Ele chega mansinho, sem pressa, sem alvoroço E quando vê já tem uma fileira de munhé querendo seu beijo gostoso