Pega o telefone e grava aí, José Ricardo Essa vida é normal pra mim, pô Essa é nova, hein Tudo normal pra mim, pô Três anos atrás, tava na encruzilhada Da Venâncio Flores com Ataulfo de Paiva Lendo O Anticristo com a camisa na cara O som do Al Green toca agora e o vento domina a sala O herói, o marginal, o poeta tropical Todos os mitos agora eu aceito, normal Aceito tudo normal Eu vim do sexto andar, quantas vezes eu tenho que falar Eu acho tudo normal, tudo normal Eu aceitei seu jogo sujo como um jogo normal Eu estarei e me machuquei como se fosse normal Eu aceitei coisas que eu sonhei como se eu fosse um vilão solar O Heliogábalo, o anarquista coroado Na porta da igreja a chuva cai, eu sou um cachorro normal O meu budismo eu aprendi com a Gal Acordo ouvindo La Fúria e acho tudo normal, tudo normal Atravessado por um vazio glacial Do CAL pro Rosarinho, do Rosarinho pro CAL Sua visão de mundo, macarrão integral Eu cozinho tudo na panela de pressão digital Crimes com açúcar cristal, seu suco de umbu com cacau A [?] é do povo, não é de estudante de cinema de São Paulo, porra Pega a visão, caralho Vai se machucar na Avenida Paulista, filha da puta