Ando escrevendo canções, ando andando de trem Um tom um pouco azul, ou verde claro talvez Uma nota haver com paraíso também Como uma onda que vem, alguém cantando uma voz Ouço de longe o som e chega pra me tocar Um leve vazio, desenho pra inventar me deixo roubar Sinto saudade de ser menina um furacão De braços ao vento fazendo folhas voar Alguém que espera a chuva molhar. Horas olhava nuvens Formavam Deuses e cães, homens e animais Um filme de acumular e chuva virar Cheiro exalada de terra água, sal, Sol, mato e poeira Caia forte do céu, criava poças e rios entre a calçada e a rua Torrente leva, meu barco branco naufrágio De papel solto rolava em pedra Saltava a rã distraída, era só ela e eu Agente corria longe até o tempo virar Querendo brincar, dar um pinote no vento, no tempo Chegava o frio na roupa, molhado vestido No fim da festa voltava sonhada De pingos pesados, de novo via a janela e nela nuvens tontas Um filme de dispersar, o céu se abria Perto e profundo, azul-imortal Sinto saudade de ser menina acorda esquecida no vão das coisas