Entre sombras e lampejos de prata O acaso teceu nossa trilha exata Não foi destino, nem simples quimera Foi o universo em sua dança sincera Eram versos em língua arcana Gestos de fogo, chama urbana O tempo, um mudo espectador Anotou nosso amor em pó de fulgor Oh, meu sócio de sonhos e tretas Duas almas em sintonia secreta! Onde a razão vê só poeira e vento Nosso abraço é um monumento Teu riso, um cristal quebrado Cada estilhaço, um verso achado Nas tuas pausas, mapas de guerra E nos meus silêncios, a Lua desenterra Se o palco virar ruína E o público for cinza fina Resta a nossa farsa sublime Dois bobos escrevendo no abismo Oh, meu sócio de sonhos e tretas Duas almas em sintonia secreta! Onde a razão vê só poeira e vento Nosso abraço é um monumento E assim, na ribalta do infinito Dançamos sobre um chão maldito Com passos de ternura e arte Inventamos um novo mapa para a parte