Eu visto a pele da metamorfose Desfaço as tramas, refaço o meu cais Num gesto breve, dissolvo as hipnoses Sou cais de vento, sou riso fugaz Nos bolsos trago um punhado de estrelas E versos soltos, de cor e cetim Se o mundo pesa, eu aprendo a vencê-las Com asas feitas de sonho e de fim Vem, me acompanha no passo da sorte Que a vida é ciranda de se reinventar Se a dor me visita, eu danço mais forte Pra sombra entender que não vai me parar Tecendo rimas de pólen e aurora Transcendo os mapas que o medo traçou Se o peito sangra, eu canto sem demora Que até ferida se faz flor, se eu sou Na corda bamba da minha esperança Equilibrista de mim, sem final Entre o abismo e o sopro da criança Eu me refaço de forma vital Se for pra cair, que seja em poesia Se for pra sumir, que eu suma em canção O riso é remendo, é luz, é magia Que costura o mundo na palma da mão Vem, me acompanha no passo da sorte Que a vida é ciranda de se reinventar Se a dor me visita, eu danço mais forte Pra sombra entender que não vai me parar