Fui toca uma festa em Alfredo Wagner em catuira estou me lembrando E foi na época da maior enchente nunca me esqueço o que enfrentamos Tocamos o baile e a domingueira e nos nem estávamos imaginando Que não iriamos chegar em casa e a chuva veia estava despencando Então Caiu uma grande barreira e os vizinhos já foram emprestando Pás e enxadas pra tirar o barro e todos músicos foram se atracando De bota e bombachas dava muita pena era uma cor só cheia de pântano Conforme tirava o barro descia eu metia o carro e não estava passando Eu tentei passar umas 4 vezes tapava as luzes ali patinava Eu já saia pra traz bem ligeiro na pá e na enxada eles continuava Chegou uma hora que eles disseram Zé agora vai e eu me preparava Engrenei o bicho ia meter o pé escutei um estrondo e o povo gritava Sai que lá vem tudo eu já meti a ré quase que ajuntei quem atrás estava Gente só deu tempo deu tirar o carro nada em nossa frente mais se enxergava Então nos voltamos achar outra saída, mas num de repente nós se deparava Tudo inundado só se via água acabo a esperança ninguém mais passava Comemos um pato que um musico comprou tentamos dormir tudo ali sentado Eu estava enxuto por ser motorista, mas ao lado deles já fiquei molhado Clareando o dia chegamos ao local tinha três patrolas dando seu recado Conseguimos então seguir nossa viagem nos até já estava mais aliviado Só que mais na frente caiu a estrada só se via carro e caminhão parado Falei pra meus músicos eu vou arriscar temos que ir pra casa veja o resultado Fui até a metade que baita loucura carro não foi mais ficou encavalado O povo correu logo pra empurrar seu não saio logo tinha despencado Chegamos em casa depois de três dias nossos familiares estavam chorando Pois não tinha como se comunicar eles não sabiam o que estava se dando Quando lembro disso fico arrepiado daquela barreira fico recordando Que foi por um fio que não fiquei debaixo morrendo afogado lá agonizando E também na estrada quando encavalou que eu abri a porta e fiquei manjando Que de pouco em pouco a estrada caia e a veraneio já quase tombando Uma pirambeira que não tinha fim se eu caísse lá só ressuscitando Agradeço a Deus por me dar a chance de eu estar vivo e pra vocês cantando