Porteira da estrada, tu lembras ainda Eu era criança e Cidinha também Ao ir para a escola aqui me encontrava Com a coleguinha que eu tanto quis bem Passaram-se os anos e moços ficamos E aqui nós trocamos mil beijos de amor Com a luz das estrelas seus olhos brilhavam Qual gotas de orvalho pousadas na flor Porteira, tu lembras das tardes de maio Quando ela passou num dourado caixão Disse adeus a ela e fui pelo mundo Chorando a tristeza da separação E hoje ao cruzar novamente esta estrada Porteira, te encontro conforme eu deixei Qual vulto esquecido marcando o passado Feliz e risonho que aqui sepultei Porteira da estrada, fiel confidente Das horas ditosas que um dia passei As tábuas de cedro conserva marcado O nome daquela que tanto eu amei O eco tristonho de tua batida Parece um aviso subindo ao além Dizendo que breve deixarei a vida E estarei juntinho no céu com meu bem