Eu vou quebrar o seu galho, o dinheiro eu empresto Para evitar que seu nome seja sujo no protesto Amigo é pra essas horas, a gente faz o que pode Isso é coisa provisória, será nossa promissória Sua palavra e seu bigode Passaram os trinta dias o nosso prazo venceu Esperei o meu amigo, ele não apareceu Eu fui lá na casa dele, mas ele achou ruim Naquele exato momento, eu falei do vencimento Ele respondeu assim Como é que vai, cumpade? Eu vou indo mais ou menos É, eu também tô indo mais ou menos Porque os dois mil conto que o senhor emprestou de mim lá em casa tá fazendo falta Eu não tô entendendo o que o senhor tá falando É, quando a gente deve A gente não entende com facilidade memo, né, cumpade? Aqueles dois mil conto que o senhor me emprestou Eu falei que esperava trinta dias O senhor me falou: Não, com quinze eu pago Já tá com quarenta e o senhor até agora não se explicou Olha, eu vou dizer uma verdade pro senhor De tanto que eu já emprestei Pra tanta gente que eu tô devendo Que eu nem lembro mais desse negócio aí É, mais carece de lembrar Porque dois mil conto, são dois mil conto Faz falta, né, cumpade O senhor quer saber de uma coisa? O senhor tá falando é muita besteira na porta da minha casa Cumpade, o senhor tá querendo que eu corte a pé pra Minas Gerais? Não dá né? Olha, cumpade Se o senhor não for embora daqui Eu ainda vou te cortar de chicote Não, não, não, não, não Não, não, violência não Não precisa cortar de chicote não Eu vorto a pé, mais panha eu não panho E quer saber de uma coisa? Esses dois mil cruzeiro fica de esmola Eu perdi o meu dinheiro, perdi o amigo também Agora de hoje em diante não empresto um vintém Me serviu como um exemplo, foi meu derradeiro trampo Quem estiver apertado, quiser dinheiro emprestado Que vá emprestar do banco