Eu fui criado em fazenda De bombacha, bota e espora Sempre no lombo de pôtros Laçando boi campo afora Levantando bem cedinho Com fé em nossa senhora Pra enfrentar o tempo feio E o perigo a qualquer hora Tempo bom e divertido Que passou e não volta mais Churrasqueadas no galpão Peonada e capataz Alegre e sempre disposto Lidando com os animais Lembranças que não se apagam Dos pampas tradicionais Hoje não se vê mais nada Só resta recordação Não se vê mais tropeada Levantar pó do estradão Hoje se vê gado manso Transportado em caminhão Não se vê mais peonada Lidando com os redomão Eu lembro e tenho saudades Dos fandangos de galpão Quando o gaiteiro cantava Com a oito-baixos na mão Canha pura e mate amargo Faz parte da tradição Todo o passado é lembrança Na mente de um velho peão