Trago no meu peito as marcas do açoite Na pele cor de noite que o bronze esculturou Tenho no meu sangue o elan da madrugada De cada encruzilhada que Angola me deixou Sou filha do atabaque, dos sons dos retirantes Do Congo, dos amantes caçados no Sudão Das músicas de Gana, das flautas de Uganda Das festas de Luanda, tambores do Gabão E desses ancestrais da Argélia ao Senegal Nasceu meu carnaval e dele sou herdeira E mostro com orgulho ao mundo, à Terra inteira Meu ritmo, meu viço de negra brasileira