Já vi coisa nesse mundo mais feia que um desaleno Vi um esqueleto de gente ginetear um burro de pelo Já vi um taura sem cabeça ir repontando um sinuelo Mas se eu contar de um velório vai arrepiar os cabelo Pois a morte em sofrenaço nos arranca em um tirão E veio levar o gaudério dos mais feios do rincão Eo finado parecia até uma assombração Devido a sua feiura foi de bruço no caixão E a viúva gritava alto: Lá se vai o meu marido Enquanto botava fogo nos trapos do falecido Mandaram carnear um boi gordo um pintado jaguané Contrataram um correntino só pra tocar chamamé Ea canha vinha de balde num galpão de santa fé E quem andava mais teso Andava de quatro pé Pra levar pro campo santo deu uma burra confusão Prepararam uma carreta que tinha sobre o oitão E essa véia boca braba só passava de arração Chegaram lá com o defunto, dentro de um carro de mão Começou a boca da noite e terminou ao cantar do galo Cachaça de garrafão se bebia no gargalo Para enterrar o defunto Quinhentos metros de valo Pois o finado pediu que lhe enterrasse de a cavalo Depois que terminou tudo Desabou um temporal Pois até o tempo chorava Nesse velório bagual Me grudei numa percanta Como se abriga na chuva Quando vi tava grudado Nos beiços daquela viúva E ela gritava alto