Alembro e tenho saudade Daquele tempo de detrás Que o transporte era cargueiro Hoje não existe mais A saudade de um tropeiro Ai, ai, ai, ai Naquele tempo de gosto que passou Não vorta mais Minha vida de tropeiro Desde o tempo de criança Sempre no lombo de burro Sempre fazendo mudança Era o transporte roceiro Ai, ai, ai, ai Minha doze mula baia Não conhecia distância Levantava bem cedinho Antes do dia clareá Já corria a invernada Ajuntando os animá Eu gritava com voz arta Quiá, quiá, quiá, quiá Já vinha toda correndo Até na porta do currá Carregava meu cargueiro Sem auxílio de ninguém Subia cortando serra Parecia vagão de trem De longe ouvia o sincero Blém, blém, blém, blém As caboclinha dizia O tropeiro que lá e vem E chegou o carro de boi Dominou o sertão inteiro Do trio fizero estrada É o progresso brasileiro Hoje os caminhão gigante Ai, ai, ai, ai Mas onde passa o asfarto Tem o rastro dos tropeiro