Trago no peito a cicatriz de uma saudade No desespero minha alma está perdida E a lembrança desse meu cruel passado É como espinho transpassando minha vida Estou sofrendo e porque fui um covarde Fui traiçoeiro a quem tanto me queria Ignorando que mais cedo ou mais tarde Pagasse caro toda minha covardia Sou obrigado a viver neste desterro Sinto remorso me doer na consciência Vejo na frente o espelho do meu erro Estou vivendo na mais triste penitência Embriagado eu recordo o momento Que junto à ela eu subi aos pés do altar Depois por outro desviei meu pensamento E para sempre desprezei meu santo lar Hoje me vejo sem abrigo e sem mais nada Voltei à ela arrependido do que fiz Pobre mulher tinha sido obrigada Buscar abrigo numa vida infeliz Eu lhe roubei o santo nome de esposa Lhe atirando no abismo deste mundo Porém se ela é uma pobre mariposa Eu sou a sombra de um boêmio vagabundo