O abismo quando se encara, diz um velho conselheiro Devolve à própria mirada, seria o abismo um espelho? Ah, se eu fosse um poço e a Lua dançasse em meu seio Dizem que em nossa cabeça, a salvo de nós mesmos Guardam segredos alheios, você também ouviu essa Ah, se eu soubesse ler tudo que o corpo confessa Sei que sobre o meu ombro, atento ao menor engano Paira quieto um olho, a quem pertences, maldito? Ah, se eu fosse ligeiro feito a visão do infinito Sei que eu sou feito de carne, que carne é memória Que um dia esvanece, eu sei, ou ao menos eu creio Ah, se eu fosse um poço e a Lua dançasse em meu seio Sei que sobre o meu ombro, atento ao menor engano Paira quieto um olho, a quem pertences, maldito? Ah, se eu fosse ligeiro, feito a visão do infinito Mas não Sei que eu sou feito de carne e que carne é memória Que um dia esvanece, eu sei, ou ao menos eu creio Ah, se eu fosse um poço e a Lua dançasse em meu seio