Os passarinhos cantam revoando o terreiro, Escalando o limoeiro da horta dos fundos As galinhas ciscando o pátio varrido E um milho esquecido que estava sobrando O sol embaçado blaceia a saudade Do fogo que arde à chaleira que chia A tarde é curiosa, um cachorro que late, Me aflora, me indaga, na hora do mate A tarde é curiosa, um cachorro que late, Me aflora, me indaga, na hora do mate O mate que me ensinaste, Assim, na conha da mão, Dói no meu coração em cada hora que faço, Como um ato banal pra ti, Não queria ter aprendido, Preferia o meu mate Amargo, sem graça e entupido; A cuia bordada atento e a bomba é a mesma também, Se procurar ainda tem o digital dos teus dedos, Só falta é repor a erva pra não matear mais sozinho, E chiando, a chaleira chora a falta dos teus carinhos.