Introdução: (D7/6/9)
D7/6
De beleza inculta a puta flor do meu verso
a puta flor tão bruta flor como o desejo
G7/4
quer ver verter nos cantos todos do universo
C#7/9#F#7
numa cordissonante alegria fevereira
B7
bruta cadência de prosódia batucada
E7
quero-te língua achar teu beijo em meu beijo
F7E7
quero sentir a mais o sim do som do samba
F7E7
a impura ganga da ginga, a gana, o molejo
Bb7
a toda prova no arrastado da sandália
A7D7/6/9
quero-te língua ouvir teu brado retumbante
D7/6/9
de agogôs, tantãs, atabaques e pandeiros
Bb7D7/6
quero sentir a expansão do são, tua delícia
D7/6
o esplendor e a dor de tua face verdadeira
coincidir loucura e sonho em cada minúcia
G7/4
da não-gramática de eternas dissonâncias
C#7/9#F#7
da fala crua das ruas, juventudes e violas
B7
quero o nonsense dos requebros das mulatas
E7
erram os outros, sonâmbulos, tão estetas
F7E7
o passo, o lance, o dado, a conta, a cor da roupa
F7E7
passam ao largo do são, caretas, caretas
Bb7A7
de tua trama, tua transa, teu transe multicor
D7/6
linda bacante, bacana, sacana língua,
última filha do Lácio, lasciva flor
reinventa teus mares, tuas ilhas, brasis, poetas
(D7/6/9)
tuas guerrilhas, medos, meninos e meninas
sejas país, ó língua, sempre canção e festa
nos sins, nos sons, no que é são, o samba, o samba
desperta o tom, o bom, acende o samba, o samba
acorda, sim, pra este anti-magnificat ao torpor
linda bacante, bacana, sacana língua,
última filha do Lácio, lasciva flor