Foi numa festa que Jó fez no mês passado Que até hoje é comentado pelas bandas do Grotão Bicho de unha que vinha de todo lado Do vigário ao delegado, salvo engano até São João Deu meia-noite, o forró adiantado E um caboclo acabrunhado com vontade de dançar Mas uma légua de mata mal assombrada Faz Maneco dar pisada com medo de atravessar Pois quem tem medo de visagem, cobra dágua Onça preta, boi pintado, não vai na festa de Jó Gota serena, tempestade, chuva fina Raio, ave de rapina não vai na festa de Jó E quem desvia de cachorro muchubento Quem tem medo de jumento não vai na festa de Jó Quem se arrepia quando canta a cotovia Quem tem medo de matilha não vai na festa de Jó De madrugada o forró adiantado Todo mundo animado, resfolego no forró Dançava Zefa agarrada com Tonico Tinha até Chico com Chico dançando forrobodó No “mei” da festa Maneco criou coragem Tomou umas com visagem, foi rodando no salão Só não sabia que a visagem era danada Lhe deu cana batizada, foi danada a confusão Trocou de roupa bem de frente ao cemitério Botou padre e ministério pra dançar um carimbo Fez uma taça de casa de marimbondo Deu um susto no assombro voltou pra festa de Jó Veio tangendo vinte cobra cascavé Montado num jacaré com uma loiro fogoió No fim das contas, tomou outra talagada Levou a visagem em casa e deixou a moça só E eu já tô largando aqui minha função Que eu não abro nem pro cão pra dançar esse forró