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A Desordem Dos Templários

Guilherme Arantes

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Como o espírito da luz
Poderá mover o pêndulo
Imerso em escuridão
Que balança entre
As paredes da memória, traz
Os pomos da discórdia, faz
A voz calar
Nos ecos da prisão

Nas crianças
Um receio de crescer
Contaminar o céu
Da cápsula de um tempo
Sem rancor
Cada dia é uma
Batalha desigual
Em nome de uma paz
E tudo o que
Se entende por normal

É a bandeira incandescente
Da exclusão
Exércitos rivais
Disputam seus
Despojos ancestrais
São troféus de honras
E glórias sem pudor
Vitórias sem perdão
Remorso já ficou pra trás

É a desordem dos templários
Horda de mercenários
Dentro do coração
Na cabeça do poder
Tudo só faz conspirar
A inquisição de crenças
Que virão nos condenar
Tudo é a lenda que se faz
Da treva que se vê
Na retina, a narrativa
Da verdade em que se crê

É a desordem dos templários
Horda de mercenários
Dentro do coração
São botas de um milhão
Robôs em batalhão
Vindo pisotear
O santuário deste chão
Lagartas de metal
Pneus de caminhão
Vindo pra tatuar
O santuário deste chão

Em máscaras sem cor
Macabros carnavais
Hoje o estandarte
Do arco-íris
Não se hasteia mais
Com sangue se pichou
Com ódio a cicatriz
Rasgou o punho cerrado
Que berrava num cartaz

E agora tudo jaz
No pátio da matrix
E o cálix, que era bento
Cai do altar na catedral
No vórtex do tufão
No códice dual
A lança do destino
Crava o córtex cerebral

Mil línguas a clamar
Vendendo seus patuás
A profanar seus templos
Maldições de um avatar
Dividem mil nações
Em troca de orações
Em carruagens aladas
Despejando seus paióis

Cidade efervesceu
E em fogo celebrou
Na pira Illuminati
E quando a cinza
Se aquietou
A noite desabou
E a alma desistiu
De culpas e pecados
A escritura se cumpriu

É a desordem dos templários
Horda de mercenários
Dentro do coração

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