Uma menina descalça, com pote plástico Fantástico é a poética, esperança no olhar O doente com a bandeja, em suas mãos Um dia de cada vez, há morte da ilusão Um cadeirante velho, um mendigo triste À comida simples um sorriso que se lança Um menino no colo da mãe chora alimento Um flagelo, sacolas de plástico sujas de asfalto Há homens que não acordam cedo Há vultos com fome e medo Há quem apenas vai vivendo Mesmo com dor em mim, o ódio em combustão, sem nada nas mãos, não vou parar de lutar Siga por aqui, não se curve assim, o Sol vai chegar, nada vai nos triturar