O amargo que o cigarro
Deixou na minha boca
Esquentou meus pulmões
Fez cair minha pressão
E alterou as batidas do meu coração
Teu amor
É um gole de café que queima
É um gole de café
Que esqueceram
De adoçar
A cada trago
Que trago
Me entrego
Não nego
Me deixo ir à solidão
Das paredes da garganta
Que cantam
E espantam
A dor daquele triste não
Teu amor
É um gole de café que teima
É um gole de café
Que teima em me acordar
O que me falas
Me filtras, me bola, me prensa, me acende
Num clarão
Nas fumaças lhe saem
Nevoas que me atraem
E me embaçam a visão
Teu amor
Não vem
Não faz
Não tem
Nem cheira
Amargo que na dor
Transborda pela beira