No silêncio da mata fechada Ouviu-se o som de um cantar Um homem de mão calejada Trazia coragem no olhar Tinha vindo de longe Com a fé presa ao peito Trazia a saudade na mala E um sonho desfeito no leito Na enxada nasceu a esperança No machado, o pão de amanhã Cada tronco tombado era dança No salão da floresta pagã A serra, que antes dormia Regada com todo o suor Do imigrante italiano Fez-se canto e fez-se flor A mulher vinha ao seu lado Com trabalho, esperança e a cruz Fez do lar seu canto sagrado Reacendendo no breu uma luz Na enxada nasceu a esperança No machado, o pão de amanhã Cada tronco tombado era dança No salão da floresta cristã Hoje a videira floresce O progresso se faz escutar Uma voz antiga no vento Que ainda insiste em cantar Meu nome ninguém sabe inteiro Sou de todos, sou sem distinção Sou o rosto do tempo primeiro Sou raiz, sou rocha, sou pão