Eu vi muita gente sonhando E se esquecendo de viver Sentindo frio e medo de morrer Eu vi muita gente chorando... Tive tudo pra sorrir, Mas a dor do outro me fez chorar Vi a indigência partir Porque o amor não lhe constituiu um lar... Tive abandono e esquecimento Espelhos meus, ao relento Estive sozinho... Tive bons momentos Como borboletas ao vento E pássaros no ninho... Vi a tristeza nos excluídos A sociedade sentenciando o ébrio O silêncio e os gemidos De quem senti da vida, tédio... Vi crianças e vi sorrisos O desespero nos enlouquecidos O potencial da inocência Fez seu ninho na indigênca... Vi o egoísmo gerando a fome E a caridade apaziguando tudo Vi gente sem rosto, sem nome... Vi que a verdade preserva O que a mentira consome Vi gente sem rosto, sem nome... Abandonei meus amores Pra consolar outras dores Entoei um novo canto Enxugando outros prantos... Aprendi a ser feliz, Fazendo alguém feliz Deixei de mendigar amor, Quando compreendi as lições da dor... Caminho mais sereno O amor habita nos pequenos E nenhuma alma é esquecida... Se o ódio é um veneno, Nem mesmo as cobras eu condeno, Porque o perdão soergue vidas...