Vim cá parar outra vez Pedras da calçada e tu a querer jogar xadrez Ela apresenta o caso e não há margem pra manobra E eu remendo as fendas só com rolo de fita cola Pões olhar de passerelle Vais de verde a vermelho sem pensar em amarelo Viras o sinal de aberto para o outro lado Essa tua atenção diagonal É uma cãibra a meio da noite Chego à festa sem convite És tão boa anfitriã que me convidas a sair Eu nunca, nunca sei quando é que vem a próxima vez Que eu vou bater à porta e tu te afastas em bicos de pés Nem cerimónia fazes Se eu ligar pro teu 91 É como amar uma bomba relógio Sem ponteiro nenhum Fui-te apanhar a casa Soprava pra apagar mas só fez atiçar a brasa Até o Ford Focus sentiu a tensão no ar E o botão dos quatro piscas acendeu sem eu tocar Só pra tentar chegar a ti eu corro um corta-mato Pelo meio de uma selva de arame farpado Fico a fazer malabarismo à frente do teu carro E tu a olhar pro lado É uma cãibra a meio da noite Chego à festa sem convite És tão boa anfitriã que me convidas a sair Eu nunca, nunca sei quando é que vem a próxima vez Que eu vou bater à porta e tu te afastas em bicos de pés Nem cerimónia fazes Se eu ligar pro teu 91 É como amar uma bomba relógio Sem ponteiro nenhum És tão fria de repente Aquele tom de voz, tenho um mau pressentimento O céu passa de azul a cinzento Disparas palavras e eu sou o alvo em movimento e ouço Eu nunca, nunca sei quando é que vem a próxima vez Que eu vou bater à porta e tu te afastas em bicos de pés Nem cerimónia fazes Se eu ligar pro teu 91 É como amar uma bomba relógio Sem ponteiro nenhum