Pra falar de realidade eu boto minha vida na mesa
Tenho vivência, experiência e disso eu tenho certeza
Encho o pulmão de fumaça
A cabeça de ideia
Sigo na prosperidade
Pau no cu dos classe média
Então vem peitar o pai aqui
Se você não tem conteúdo não vem discutir
Que eu tô na bala e faço um som que cê não tá ligado

Se o seu ego tá inflado
Você vai ser castigado
Tô mil anos na sua frente
Cê deu um passo mais longo que a perna
É nessas horas que os mais fracos se perdem
Não se ilude
Achando que o topo é logo ali
Eu descobri da pior, mas eu consegui
Comecei a enxergar a vida de outra esfera
Sento calmo, puxo, prendo, meu mano espera

Que vai bater
E uma hora vai virar
Se cê for sempre correria
Uma hora vai constar
Mas mantém o pé no chão mano
Não apavora
Porque a cena é traiçoeira, uma 12 lotada de pólvora
Costumam hypar os fracos por um tempo passageiro

Depois afundam ele
Tacam dentro de um bueiro
Com 20 e poucos eu já sou destaque
E as punch line já estão tudo pronta pro ataque
Vieram criticar o meu sotaque
Sou conterrâneo de Deus
Camisa 10, Djonga é craque

E eu sigo calmo (sigo calmo)
Sigo calmo
Meu foco é ficar rico
Com o mundo na minha palma
E eu sigo calmo (sigo calmo)
Sigo calmo
Meu foco é ficar rico
Com o mundo na minha palma

É tudo tipo reação consecutiva
O que cê planta hoje se torna o que você é
O amanhã é consequência do que você fez
Pra preto e pobre é o que sobra
Porque é tudo zé ninguém
Cê acha que é fácil

Os menino toma tiro fazendo o ofício
Acertam sempre na raiz que parece mais frágil
Enxugam gelo quando pegam um menor no tráfico
É trágico
Na calada cometem crime sem deixar vestígio
E vão pra mídia aplaudidos cheios de prestígio
Mas o que lá eles não mostram

São as lágrimas daquela mãe chorando
Em cima de um cadáver
E cada verso que eu escrevo
É menos uma mãe chorando
E menos um menino com a mão em um revólver

Por isso eu sigo calmo (sigo calmo)
Sigo calmo
Meu foco é ficar rico
Com o mundo na minha palma
E eu sigo calmo (sigo calmo)
Sigo calmo
Meu foco é ficar rico
Com o mundo na minha palma

Tenho que manter a responsa
E não quero assumir a bronca
Só porque um boy não entende o meu verso (cusão)
Metido a universitário
Só entende o que convém
Por isso que não passa de um otário, confesso
Quando se fala da verdade da favela
Os pela sequela e fala que é tudo inventado
É só subir o morro pra ver

O que acontece vai além do seu ponto de vista
Não se faça de coitado
E quando a barca sobe o morro
Você pode ter certeza
Que não estão lá pra fazer uma simples visita
Esculacham os moradores a procura de alguém

Que fala fala mas comanda tudo lá de cima
Pois todos sabem que os verdadeiros bandidos
Tão dentro do condomínio
No seu conforto tomando uma birita
E o pobre que não estudou
Não teve oportunidade
Acaba sendo o alvejado dessa porcaria
E eu sigo calmo