Eu canto e não toco por música Desempenho meu papel Eu canto porque é preciso e hoje vou bater o guiso no rancho da Cascavel Quando espicha uma cordeona, chego a sentir o tropel Do retoço abarbarado no rancho da Cascavel A véia batendo guiso que parecia um cincerro Era as cobras se arrastando naquele topo de certo Por volta da meia-noite, virando pra madrugada O chinaredo se alçando bailavam de cola atada Na copa vendiam vinho, daqueles de garrafão E um pastelzito de cabeça pra um índio firmar o garrão Milicos se perfilavam como se fosse um quartel Com a continência de sempre Tia cascavéia pra lá Tia cascavéia pra cá Dava bote no salão, mandando as moças dançar É um trago Deixa que eu pago Vamos fazer um estrago por conta do coronel Larga duas de veneno na moda da cascavel Gurias troquem de roupa, sirvam canha com pastel Que a festa particular, é por conta do coronel O retoço lá, no fundo, bem na ponta do perau Aloitava a xiruzada numa tarimba de pau O candeeiro era de sebo, iluminando o salão Conta com mais de três mês, se cobrava no facão Cascavel num entrevero, meteu os pés no borraio Morreu num dia de chuva, desnucada por um raio Sirvam trago pra santinha, tem que ser canha com mel Mas que saudade da veia Tia cascavéia pra lá