Será que aquilo que fere é que pode curar? Quem com ferro fere com ferro será Ferido ou fadado a fazer sarar Um dia nem que seja n'outra vida? Não sei se é assim, só falei porque faz Um tempo que as coisas já doem demais E a necessidades desassistidas Perdido o limite da humana medida Leite de pedra, quem nunca tirou? Se todo dia se mata um leão Se até o sangue já se habituou Fazer das tripas coração (mas) A despeito de tanto despeito, vivemos Pra história contar Por direito, a torto e a direito, vivemos Pra história contar De que jeito, de tudo que é jeito, vivemos A despeito de tanto despeito, vivemos Pra história contar (Quem é que sabe o que acontecerá? Que aquilo que fere é que pode curar Quem com ferro fere com ferro será Ferido ou fadado a fazer sarar Um dia nem que seja n'outra vida? Não sei se é assim, só falei por que faz Um tempo que as coisas já doem demais E a necessidades desassistidas Perdido o limite da humana medida Leite de pedra, quem nunca tirou? Se todo dia se mata um leão Se até o sangue já se habituou Fazer das tripas coração A despeito de tanto despeito, vivemos Pra história contar Por direito, a torto e a direito, vivemos Pra história contar De que jeito, de tudo que é jeito, vivemos A despeito de tanto despeito, vivemos Pra história contar Pois não Trazendo à memória e fazendo alusão A quem muito mais do que eu tem razão Pra acordar o Sol com seu grito Deixando um clamor na voz do infinito