Rastejei na lama
Era uma toupeira normal
Até fiquei presa
Na lama do quintal
De um soldado louco
Que há bem pouco
Mandava tiros para o ar
Matou uma gaivota
Que furou o telhado
Da prisão da aldeia
E libertou o soldado
Que anda louco à caça
De uma garça
Que nem sequer estava lá
E eu, toupeira rasa
Vou tentando escapar
Mas quando a terra é mole
Mais me custa furar
E o soldado falha a garça
Do céu vê-se a gaivota a cair
E bate no bidé
Cai-me aqui ao pé
E já consigo fugir
Consigo fugir