Sou um latino-americano
Mas já não sou mais moço
(Oh, no, oh, no!)
Vivo sem muitos planos
Pois viver é um grande esforço
De passar fome com elegância
Ou ceder à vil ganância
Sou passarinho urbano
Forçado a me ajeitar
Nos fios, improviso galhos
Breve é meu cantar
Ah! Penso ao pé-da-serra
Ouço o canto da sabiá
Tento acertar como quem erra
E acerto, quando dá
Brasileiramente, à espera
Do porvir, no esperançar
Sou passarinho urbano
Forçado a me ajeitar
Nos fios, improviso galhos
Breve é meu cantar
Não me anima a tiuría
Que um dia acreditei
Sandino, Guevara e Mujica
Estão mortos (eu sei!)
Entre a diáspora e a distopia
Afoguei-me na filosofia
Sou um latino-americano
Mas já não sou mais moço
(Oh, no, oh, no!)
Vivo sem muitos planos
Pois viver já é um esforço
De passar fome com elegância
Ou ceder à vil ganância
Sou passarinho urbano
Forçado a me ajeitar
Nos fios, improviso galhos
Breve é meu cantar