Pisam leve no salão
Mas são pesados de intenção
Rostos lindos, todos iguais
Copiados, feitos em série, normais
Vestem regras como vestidos
Beleza moldada, sorrisos contidos
Olhos pintados, vazios demais
Mas se você é real, é radical demais
Silêncio é elegante
Fingir é encantador
Ser quem você é
É quase um ato de terror
No baile de máscara
Todo mundo dança igual
Quem tira a própria cara
Vira escândalo social
No baile de máscara
Ser você é perigoso
Eles querem seu reflexo
Mas só se for polido e lustroso
Andam em círculos perfeitos
Mas tropeçam nos próprios defeitos
Te chamam de estranha, exagerada
Mas são eles que vivem disfarçada
Querem a pose, não a essência
Querem tua dor, mas com paciência
Não ouse mostrar cicatriz
Aqui só entra quem sorri por um triz
A verdade assusta
A autenticidade arde
E se você não cede
Te chamam de covarde
No baile de máscara
Todo mundo dança igual
Quem tira a própria cara
Vira escândalo social
No baile de máscara
Ser você é perigoso
Eles querem seu reflexo
Mas só se for polido e lustroso
Você não nasceu pra caber
Você nasceu pra romper
Mas nesse baile
Quem quebra o padrão
É expulsa da festa sem perdão
No baile de máscara
Eu rasguei o meu disfarce
Não vou sorrir pra agradar
Nem me moldar pra essa farce
No baile de máscara
Ser real é meu crime
Então me tire da dança
Mas não apague meu nome