Cai lento o silêncio do céu
Cada floco me lembra você
Teu nome se apaga no véu
Do frio que insiste em descer
O vento sussurra verdades
Que eu tento fingir que não vi
A cidade dorme em vaidades
Mas o que me acorda é o que perdi
Eu grito baixo pra ninguém ouvir
Entre o branco e o cinza, eu tento existir
O tempo congela o que era febril
O amor derrete, mas o vazio é sutil
Noite de neve
Me cobre outra vez
O frio é leve
Mas corta o que fez
Se o coração pesa
A mente esquece
Mas o corpo sente
O que o gelo não aquece
Vejo rastros no chão do passado
São passos meus que voltaram calados
Tento seguir, mas fico parado
Contando estrelas, perdendo os fados
As luzes piscam, a rua respira
Um suspiro meu vira mira
Tanto branco, e ainda me tira
O pouco calor que o peito inspira
Eu grito baixo pra ninguém ouvir
Entre o branco e o cinza, eu tento existir
O tempo congela o que era febril
O amor derrete, mas o vazio é sutil
Noite de neve
Me cobre outra vez
O frio é leve
Mas corta o que fez
Se o coração pesa
A mente esquece
Mas o corpo sente
O que o gelo não aquece
E se amanhã o Sol voltar
Será que eu ainda vou lembrar?
Ou vou fingir que sou o mar
Calmo por fora, pronto a afundar
Noite de neve
Me deixa esquecer
O frio é breve
Mas me faz viver
Se o amor congela
Que ele me aqueça
Mesmo em silêncio
A dor me reconheça